A visão do lado de fora da janela fechada do carro “corria” rapidamente enquanto o próprio acelerava em direção ao prédio da Jive Records para o inicio das negociações do clipe da música As Long As You Love Me, em Nova Iorque.
- Brian! - Chamou Nick. Era a primeira vez que ele dirigia-se diretamente ao amigo desde sua entrada no carro e, estranhamente, mesmo que justificável, era a primeira vez em que os dois não passavam a viagem inteira brincando - Por que você trouxe a Samantha junto para Nova Iorque?
AJ dormia, assim como Howie, e Kevin estava ocupado de mais resolvendo palavras cruzadas no último banco do carro.
- Bom, eu ia falar o por que quando você resolveu correr para o banheiro do hospital – Falou rindo – mas ela pediu que viesse junto por que queria resolver algumas coisas de família.
Samantha estava em um carro diferente ao dos Backstreet Boys por questões de segurança ditadas por Johnny, o empresário da boy band. O nervosismo de Nick, por mais que aparente, não atingia Brian, que ainda refletia sobre tudo o que havia acontecido na última semana.
4 DIAS ANTES...
- Eu só preciso que você me deixe ir junto na viagem de Nova Iorque, Brian. – Samantha falava enquanto ele arrumava a mala em cima da cama. – Eu tenho que lidar com algumas coisas, coisas de família.
- Eu não sei, amor. Eu estou indo somente para trabalho e nós já viajamos amanhã de manhã! Nós lidaremos com as negociações do novo vídeo clipe e eu teria que falar com o Johnny.
- Bom, não é tão difícil pegar o seu celular e fazer uma ligação. – Ela disse cruzando os braços. - Por que você está sendo duro com um simples pedido meu?
Brian largou o que estava fazendo, caminhou até a namorada e segurou carinhosamente seus braços. – Amor, a decisão não é comigo, e eu confesso que ficaria até preocupado com você solta por Nova Iorque. Aliás, eu não vou nem poder dar atenção para você.
- Você é o artista! Johnny não pode negar um pedido seu. Até parece que você não me quer por perto! E, aliás, eu preciso resolver coisas que família, o que não tem a necessidade de inclusão do namorado.
- Essa doeu. – Brian disse em brincadeira. – Eu vou... – Antes que pudesse completar a frase, seu celular tocou, o que o fez fechar os olhos em sinal de embaraço e Samantha bufou. – Com licença.
- Sempre, Senhor Littrell. – Falou irônica.
- O que? – Disse Brian ao atendeu a ligação.
- Nossa! Alguém não está de bom humor hoje.
- Johnny! – Falou olhando diretamente para Samantha, que no exato momento encarou-o. – Eu estava arrumando as minhas coisas para ir à Nova Iorque e surgiu um problema. – Samantha o encarou repreensiva.
- Eu sou um problema? – Ela perguntou irritada a ele.
– Quero dizer, imprevisto. – E a tentativa de consertar o pequeno erro foi em vão.
- Eu estava ligando-o justamente para avisá-lo de que a viagem foi adiada, então não vamos viajar amanhã, mas depois de amanhã. Parece que surgiu um pequeno erro do aeroporto em relação horário dos voos e nós teremos que comprar novas passagens para o dia seguinte.
- Tudo bem. – Bufou antes de pedir que Samantha fosse junto. – Eu queria te pedir uma coisa. – De repente, logo após terminar a frase, um pontada atacou seu peito, o que fez com que sua mão repousasse rapidamente sobre o local atingido.
- Pode falar. – Johnny disse ao outro lado da linha.
- Eu queria pedir que... – Outra pontada atingiu seu peito.
- Você está bem, Brian? – Perguntou preocupado com a pausa repentina.
- Sim, eu só... – Outra pontada atingiu seu peito e suas pernas começaram a bambolear. Uma dor de cabeça o atingiu e com um extremo ar de cansado depois de alguns segundo ouvindo Johnny falar algo do outro lado da linha, soltou o celular no chão e segurou-se na cama quando sentiu que iria cair no chão.
- Brian? – Samantha aproximou-se rapidamente e o ajudou a sentar-se na cama.
Ela apanhou o celular caído no chão e colocou-o no ouvido.
- Brian? Brian, você está aí? – Ouviu Johnny falar.
- Johnny! É a Samantha. Brian... – Olhou o namorado deitado sobre a cama gemendo de dores de cabeça. – Teve um problema, mas ele iria pedir para que eu pudesse ir junto à Nova Iorque.
- Ah, eu posso comprar sua passagem agora. – Johnny retrucou. – Tem certeza de que ele está bem? – Perguntou novamente.
- Sim, sim, ele está. Obrigada, Johnny. – Desligou o celular. – Eu vou pegar alguns remédios no banheiro, tudo bem? – Correu para o banheiro do quarto de Brian.
- Na terceira gaveta! Caixa azul e branca. – Disse Brian indicando a localização de seu remédio.
- Achei! – Samantha foi a sua direção e sentou sobre a cama. – Eu vou buscar um copo de água. Espera. – E antes que ele pudesse retrucar alguma coisa, ela já estava correndo escadas abaixo em direção à cozinha.
Em poucos segundos estava de volta com um copo de água cheio pela metade. Era provável que a outra metade teria caído pelo caminho. Brian engoliu o remédio seguido da água e deitou novamente, ainda agoniado de dor, esperando que ela cessasse.
- Eu preciso de mais remédio. – Falou tentando alcançar a caixa azul e branca, que Samantha apanhou antes que ele a pegasse.
- Não se deve ingerir mais que um remédio desse tipo. Isso é forte, Brian! – Falou balançando a caixinha no ar.
- Minha dor é forte!
A campainha tocou e Samantha foi logo tratando de atendê-la, levando consigo a caixa de remédios tanto desejada pelo namorado. – Você fica aqui! – Apontou em direção a ele.
Samantha desceu rapidamente pelas escadas e observou o visitante pelo olho mágico da porta de entrada: Era Nick.
- Oi Nickolas. – Atendeu-a. – O que você está fazendo aqui?
- Ah! – Nick paralisou ao ver Samantha em frente ao seu caminho. – Eu quero falar com Brian, Samantha.
- Tudo bem, entre! Mas ele não está muito bem. – Disse ajeitando seu cabelo com a mão que segurava a caixa de remédios enquanto a outra permanecia na porta, que logo foi fechada.
- Posso ver pela caixa de remédios que está segurando. – Falou um pouco nervoso. – Onde... Onde ele está? – Perguntou a cabeça.
- Bem aqui, Carter! – Brian disse aparecendo já na metade da escada. – E eu já estou me sentindo melhor.
- Você tem certeza? Você não parece muito bem. – Nick disse aproximando-se.
- O que? Fala mais alto, Nick. – Brian disse.
- Eu estou falando normalmente, Littrell.
- Espera – Desceu um degrau apoiando as duas mãos sobre o corrimão. – Tem mais espaço entre a escada e a porta do que eu imaginava. - Riu.
- Brian? – Samantha falou se aproximando, junto de Nick.
- Já é noite? – Franziu os olhos e logo os arregalou. - Espera, eu vou desma...
E assim foi. Brian acabou por despencar sobre o próprio corpo e antes que pudesse piorar, Nick segurou-o. Brian suava frio, mas ardia de febre e o amigo foi obrigado a levá-lo para a cama.
Samantha havia indo pegar um pano molhado de água gelada para aliviar a febre e Nick seguiu-a.
- Eu... – Ele começou a falar. – Eu vim aqui para falar com o Brian.
- É meio óbvio Nickolas. É a casa dele. – Ela respondeu pouco grosseira.
Nick ignorou sua hostilidade. Ela provavelmente estava pouco aflita por conta de Brian, mas continuou. - Eu queria explicar pra ele uma coisa muito pessoal minha, por que eu acho que ele tem o direito de saber.
- Desculpe-me, Nickolas, mas... Eu não sou um homem para lidar com essas coisas.
- Ah, não... – Nick disse ao perceber que tinha sido interpretado erroneamente. – Não é isso. Eu queria explicar para ele que... Eu estrou traindo a confiança que ele deposita em mim.
- E por que você está me contando isso? – Samantha franziu a testa curiosa com toda aquela conversa, achando-a um tanto quanto desnecessária, mesmo sem conhecer os motivos do qual ela estava acontecendo.
- Por que... – Olhou para o chão cabisbaixo, pensando se deveria mesmo fazer aquilo. - Por que isso tem a ver com você. – Encarou-a e se aproximou. - Eu estou traindo a confiança do meu melhor amigo por que gosto da namorada dele, e mais do que eu deveria.
Samantha arregalou os olhos, nunca esperando algo daquele gênero sair pela boca de Nick. – Nickolas, você não deveria...
- Porque você me chama de Nickolas? – Perguntou aproximando-se. – Quero dizer, eu gosto disso, até por que é bom ouvir meu nome comum de vez em quanto, mas por quê? Todos me chamam de Nick. Você chama o Alexander de AJ...
- Eu sou amiga dele antes de conhecer vocês.
- Chama o Howard de Howie...
- É mais adequado para mim chama-lo de Howie. Ele é fofo.
- Chama o Kevin de Kev e o Brian de... Amor.
- Nem sempre.
- Mas você me chama de Nickolas. – Falou intrigado, aproximando-se sem perceber.
- Nicko... Você está me assustando com essa atitude. – Samantha falou.
Ele respirou fundo. – Desculpa. Eu só estou tentando... – Desviou o olhar. – Eu vou ver como o Brian está. Ele é mais importante agora. – Disse caminhando de volta para o quarto do amigo. – Eu só... – Voltou-se a Samantha. – Eu só queria me sentir aliviado, mas eu não procuro por nada mais do que a relação que nós temos. – Dirigiu-se em direção à escada, mas logo repetiu o movimento anterior à este e disse. – Eu pareci egoísta, não? Não é minha intenção, eu juro. Eu...
- Nick! – Samantha o interrompeu. De certo modo, chama-lo de Nick o fez sentir-se mais estúpido ainda. Não tinha motivo pelo qual ela decidira chamá-lo por seu nome de nascimento, era só costume, um hábito que Samantha tinha o qual fora levado muito a sério pelo loiro. – Vá ver Brian, por favor. – Falou olhando para qualquer outro lugar que não fosse diretamente para os olhos azuis de Nick.
Amigo. Parecia uma palavra que Nick estava tentando evitar depois da cena ridícula que tinha feito com Samantha. A cada degrau que subia, podia sentir cada vez mais a estupides preencher aquele vazio que antes ocupava o seu peito. Claro, se sentia mais leve, antes do arrependimento pesar como dois alteres em cada braço. Ainda bem que, em sua mente, os vídeo clipes até então gravados tinham o ensinado uma base de como atuar, como agir naturalmente em frente à Brian.
- Eu só não quero parecer falso. – Disse baixinho antes de abrir a porta do quarto.
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